Traça Borboleta

Esse teu perfume me persegue. Vez ou outra eu paro, sento em algum banco de praça e, do nada, me bate um cheiro teu. Não sei se o perfume que você usa é comum de mais ou se existem muitas pessoas com bom gosto por aí. A merda é que isso é bem doido. Doido porque eu criei memórias com você e acaba que esse perfume me faz lembrar disso tudo. Não são tantas memórias, nem tantos momentos. Mas, são memórias. De algum modo, são momentos também. Talvez eu quem tenha o mal hábito de romantizar tudo. Se eu pudesse pedir alguma coisa seria que sempre que sentisse esse teu cheiro, você estivesse por perto.

as amendoas nos jardins de escalpes os sapatos na algibeira discando os últimos supiros que demos as costas nuas os dedos enxutos as promessas de hoje de manhã   as tentativas de furor num medo de bramir num modo de ficar num jeito de sentidor há, vívida antítise que poderia ir, num modo que tumece a verve, dois de mim, mesmo inconjugado, que te esperam a tardezinha sem vergonhas sem modos sem jeito há, eu destemidamente impávido, o mesmo lugar de antes. pode sentar.

emudeci ante os teus olhos recolhido pela incerteza, fiz dois casos festivos e parei ei de recolher as apoteoses das tuas idas tumir o licor feérico desses lábios escarlate e, quem sabe um dia, na mesa de um bar cigano, façamos das nossas promessas um festival de intimidades repletos de segredos, descobriremos nossas vergonhas depois de tantos desencontros.