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Mostrando postagens de outubro, 2023

Lili

ela vinha pousando vielas em sorrisos esgueirados o narizinho meio monteiro os dedos apontando, em uníssono, as coisas do mundo que viu e vê falou de assuntos diversos entonou sentimentos com tanto requinte olhos de cigana oblíqua e dissimulada, disse-lhe um dia. ela sorriu dos fins, começos diversos trupes e alaúdes dourados meio Iemanjá, noutras Nanã meio tornado noutras manhãs

Ultimato nº 02

desmentindo os azuis desse laço que nos emudece, nunca sonhei em te dizer algo além de mim toda verdade é um assalto de sobriedade cada minuto trás consigo um instante mesmo sentado, assumo o tombo de te ter por minutos nunca fiz tanto sentido nas curvas austeras desse sonho que tivemos uma única vez dia desses, me pega pelo braço e me leva daqui eu deixo você buscar em mim respostas que não precisa eu deixo você riscar seu nome em cada canto de mim eu deixaria você rasurar o Neruda que nunca li, por medo de dobrar as páginas não sou a melhor escolha talvez nem seja passível de escolher. mas, de verdade, isso é um ultimato, não uma sonata.

Assalto

desde as duas da manhã que eu não sei dormir parece um suspiro coisa que vem sem avisar mas, nem sei acho que isso de quebrar ciclos destrói uns pedaços da gente desmonsta tudo e faz reaprender muita coisa reaprende a lidar com a distância de alguém que, como eu, existia bem antes de mim existir é uma necessidade do eu o outro é uma opção.

Dobradura

meridiano de mim tuas pernas abrem um oceano