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Mostrando postagens de abril, 2024

Deserto

antevi o sábado de qualquer forma entre as mechas do teu cabelo cor de noite em uma salsa de piscadelas e risos mundos de silêncio entre passos seus naus de ondas mercantes repletas de escândalos foi ali que nunca te esqueci.

Maria

pintei duas nuvens tudo rosa minha cor predileta depois que apaguei a chuva, sai para encontrar os cães que sondavam minha varanda nenhum deles se alegrou estavam pintados de lambidas e pulos muitas contas pelo chão minha mãe grita, sou eu minha avó fala, mas finjo fugir abraço é quando

Lua, essa é uma carta sobre carinho

oi. há tempos não nos vemos nem nos falamos. não preciso disso. não sei como você está nem como andam as coisas. mas, de verdade, tenho me orgulhado de você. sim, você não precisa desse meu orgulho. na verdade, nunca precisou. acompanho seu avanço de longe e fico feliz com cada conquista. alguns dos nossos amigos ainda não nos superaram. às vezes, eu acho que sou o grande vilão de todas as suas histórias. em algumas, eu fui. me arrependo de algumas coisas, mas o passado é eterno e não posso fazer nada a respeito. dia desses, vi uma foto sua. meu deus, você está linda. teu cabelo continua vivo e cheio de café com abacate. os cães estão bem (chocolate está lambendo meu pé enquanto escrevo isso; estrela mudou muito, agora ela corre para me alegrar em qualquer ocasião). não vejo seus sobrinhos há um bom tempo. preferi me afastar de todos e a ausência das crianças foi o que mais me doeu. sinto falta das perguntas curiosas, dos abraços piquititinhos e de pentear os cabelos de cada um. maria

Rascunho

dia desses, ouvi um suspiro distante era como um sinal marcava as quadras por onde andei perfumando cada passo e as distâncias também depois de um tempo, dei-me conta de quem era eu não sei como sair não sei como estar nunca aprendi a dizer quem sou e o que posso ser fazem parte de uma sombra sem reflexos ou expansão e, sobre o suspiro, sou eu.