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Mostrando postagens de julho, 2023

Talvez amar seja outra coisa

estava pensando. talvez essa coisa de amar e de amor sejam muito complicados. a ação e o fato. acho que são duas coisas concretas que não cabem na possível irrealidade da sociedade moderna. mas, eu ainda amo e acho que não sei fazer direito. quem sabe seja esse o propósito mesmo. amar, se fizer sentido, talvez seja uma equação de segundo grau com uma demonstração possível num plano cartesiano.

Perda de Tempo

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Quanto mais o tempo passa, mais me dou conta de que preciso perder tempo com algumas coisas menos importantes. Sim. Menos Importantes. A vida não precisa ser feita de todas essas coisas repletas de importâncias, obrigações e horários. Certa vez li que uma das maiores invenções do Capitalismo foi o tempo. O tempo como medida de produtividade, como albergue das coisas que se ganhou na vida, como um medidor de conquistas e perdas. O tempo como uma faca cravada no peito. E é isso que nos põe a urgência de tirá-la a qualquer custo, o quanto antes. Acho que eu preciso perder tempo com a vida. Sei que preciso de dinheiro, de alguns compromissos para tê-lo. Mas, de verdade, se for só isso que chamam de viver, será que estamos fazendo direito? Não sei, de fato, se existe um jeito certo. Nem sei se 'jeito' existe. O que quero dizer é que a vida deveria ser o nosso bem mais precioso. Deveria ser a nossa maior conquista. Deveria ser o nosso maior motivo de continuar vivendo. Eu entendo tod

Lâmina

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a água navalha meu rosto quando ela passa ao pôr do sol sinto que posso escorrer por entre os dedos

Sobre ter medo

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Sentir medo é normal, não é? Não aquele medo repentino da coisa inexistente ou vindoura. Falo daquele medo emergente e posto com certo acaso. Isso é normal, não é? Dia desses, passando por alguns lugares, me dei conta de que caminhar e me ver caminhando tem muito a ver com medo. Minha terapeuta acha o cúmulo eu dizer que comparo isso com sentir medo. Mas, explico. Primeiro, caminhar lhe coloca em uma posição de descoberta sem igual. Você descobre novos grânulos de arreia, buracos, transeuntes, pedaços de vidro, calçadas ocupadas por todo tipo de entulho... Enfim, você descobre que as coisas mudaram de lugar, que a tia do café não vem mais por conta do preço do aluguel, que o locutor da feira decidiu se aposentar por conta de um infarto, que a moça que se despia no meio da rua mudou de ato e virou crente... Você começa a se dar conta que caminhar é essa descoberta inteira. E, para mim, nada mais aterrador que o novo. Tudo que é novo causa medo, não acha? Pelo menos, eu acho que sim. Seg