Essa coisa toda de sentir

Tem uma música do Teatro Mágico chamada "Deixa ser". Eu fico encantado com a poesia que o corpo e alma do Fernando Anitelli expõe e, de um certo ponto e modo, tem. Essa música me faz meditar sobre o quão delicado e importante pode ser sentir algo por alguém. Em um tempo onde o temporário seduz mais que o íntimo -- sim, sei que posso estar generalizando tudo --, sentir é um ato político e revolucionário. Concordo com a Bell Hooks, "amar é um ato político".

Mas, ao mesmo tempo que isso tudo me parece sensato e coeso, ainda sou acometido por medos incuráveis. Será que sentir é o certo, mesmo? Ou não sentir é que é? Quase sempre acabo confundindo a vida real com algum poema ultrarromântico. Minha terapeuta já me advertiu disso e o livro da Bell Hooks tem feito uma linda desconstrução nessa minha cabeça de contos de fada. Sinceramente, ainda acho que as pessoas merecem viver um conto de fadas, o foda é isso existir, de fato. A vida real é louca. Às vezes, por ser assim é que eu me apego a vida e aos afetos. Me sinto vivo.

Enfim, só queria dizer que sentir algo por alguém ainda me causa medo. Mas, como diria aquela música, "Deixa a roda girar (seja por amor)".

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