Carmim

eu sei que teu cabelo
encoberta o assalto que fizeram ao banco central
naquele dia, eu estivera acovardado

pelos saguões, levantaram, sem titubear,
arguições sem medo, tiros feitos de licor bravio,
e algumas pessoas, que ali passavam,
sentiram um amanhã que jamais tocaria o chão

não sei se você pôde perceber,
mas nada foi como ontem e
nunca mais será como amanhã

cada assalto a mão armada
tirou de mim sorrisos complacentes
vivitudes sem nexos
e alguns ladrilhos de tentação.

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